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  • Foto do escritorCarlos Brackmann

Coluna Brackmann

O MÉTODO POR TRÁS DA SUPOSTA “LOUCURA” DO PRESIDENTE BOLSONARO











O que podemos extrair do comportamento do presidente Bolsonaro é que definitivamente ele não é louco.

A dita insanidade na verdade é um projeto de poder, o qual tem método muito claro.

Primeiro, alterações na legislação a fim de facilitar o acesso de parte da população civil a obtenção do porte e aquisição de armas e munições, o que reflete e estimula ainda que de forma indireta a criação de uma força paramilitar.

Arregimentar as forças policiais através de projetos de leis que preservem ou ampliem direitos destas categorias, vide reforma previdenciária mais branda em detrimento da população civil, a qual foi fortemente atingida e sentirá na carne os seus efeitos por ocasião da aposentadoria após os 70 anos.

Um fato que escancarou essa relação foi o motim de policiais militares no Ceará quando um dos membros enviados pelo governo Bolsonaro o diretor da Força Nacional de Segurança Pública, o coronel Aginaldo de Oliveira, pediu o fim do motim que ocupou quartéis no estado, mas enalteceu a ação dos policiais.

Com isso o sinal foi dado as forças policiais militares, o que notadamente nas entrelinhas autoriza a quebra da ordem e disciplina.

Ataques sistemáticos as instituições e poderes constituídos em especial contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e seus ministros.

O objetivo destas movimentações é claro e visa minar a democracia e corroê-la, mostrando que a única via para “salvar” o país é volta do regime militar.

A insistência do projeto do voto impresso auditável, alegando que a urna eletrônica não é segura.

E aqui a base deste raciocínio é de que se nas eleições presidênciais do ano que vem não tiver o voto auditável a eleição será fraudada para prejudicar o atual presidente no caso de concorrer a reeleição, se antecipando a uma eventual derrota.

O fato curioso é que nas eleições presidenciais nos Estados Unidos da América (EUA) o voto é exclusivamente impresso e lá o candidato DONALD TRUMP apoiado pelo presidente BOLSONARO perdeu as eleições.

E qual foi a reação do ex-presidente TRUMP?

Que o processo foi fraudado, pedindo a recontagem dos votos em vários estados, motivo pelo qual BOLSONARO foi um dos últimos a reconhecer a vitória do agora presidente JOE BIDEN.

Ou seja, se eu ganhar a eleição foi limpa, se eu perder foi fraudada, independente do sistema de votação.

Vejam que aqui mais uma vez a questão é minar a democracia e mostrar para a população que o atual sistema está como um todo corrompido, sendo o regime militar o único viável para acabar com a roubalheira e corrupção, angariando apoio popular para um eventual golpe.

Se o presidente Bolsonaro perder a eleição do ano que vem irá buscar o apoio de parte das forças policias e do exército, o qual vergonhosamente se omitiu de punir o General Pazuello na última semana quando participou de um evento político de apoio ao presidente Bolsonaro infringindo o RDE (Regulamento Disciplinar do Exército).

Plantou a semente da insubordinação nas forcas policias e nas forças armadas, arma a população civil e assim cria uma base de apoio paraestatal, quase que uma milícia.

Somado a inércia da PGR e a conivência do vice-presidente o general Mourão.

E aqui abro parênteses para fazer um aparte desta dupla, presidente e vice.

É a famosa dupla “morde e assopra”.

O presidente desafia as instituições, ou seja, estica a corda para ver até aonde pode avançar e qual é a reação da população (se apóia as suas idéias) e o vice-presidente contemporiza.

Junta mais umas fakes news para confundir a população e assim cria o caldo perfeito para o golpe.

Se vai ter golpe ou não, o tempo dirá, mas os sinais de que pode ocorrer foram apresentados.

Carlos Brakmann

 

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